Vaidade das Vaidades






Estive lendo, pesquisando, pensando e cheguei a uma conclusão sobre os motivos que levam tanta gente ir de mal a pior em determinada área da vida – ou várias.

O ser humano, dotado de fé ou não, tem a tendência de se castigar, de se sabotar o tempo todo. Lendo alguns livros – que não citarei aqui por motivos pessoais – percebi, para a minha surpresa, o óbvio que nem mesmo eu tinha percebido.
Nós mesmo que atraímos todo o mal que nos acontece. Nós mesmos, com nossa falta de amor-próprio e a falta de compromisso com o nosso bem-estar.
Nós, mesmo que inconscientemente, travamos uma batalha silenciosa com o nossos sonhos e desejos, bloqueando-os, impedindo-os de se realizarem. Sem saber, prometemos a nós mesmos não deixar que essas coisas aconteçam, prometemos não evoluir  como pessoas, como irmãos, como pais, ou até mesmo, no amor.
Devido a algumas decepções que por ventura – ou desventura – criamos essa imagem. Achamos que não merecemos as bênçãos, achamos que não merecemos ter sucesso, sermos amados e respeitados enquanto indivíduos.
E assim, toda oportunidade que nos bate à porta é rejeitada e dizemos para nós mesmo: “Não mereço isso.”

E a oportunidade vai embora, rejeitada.

Existe solução para este problema. E como a maioria das soluções, no que se refere à nossa vida, não é fácil, mas os resultados são impressionantes e satisfatórios se houver comprometimento.

Pensa nas coisas que deram errado. Pense nas suas frustrações.

Vou dar um exemplo pessoal – não será fácil me expor dessa forma, mas servirá para que entendam o que quero dizer.

Eu tive dezenas de frustrações amorosas, decepções que me magoaram bastante, que me feriram bastante. Não farei uma imagem de santo de mim mesmo, também cometi meus erros no amor com pessoas especiais, mas esses erros foram cometidos por causa da promessa inconsciente que fiz: “Não ser feliz e não deixar ninguém me amar.”
Me julgava inferior, mesmo falando bem sobre o amor e o desejando, inconscientemente eu o repelia toda vez que batia à minha porta uma oportunidade real de ser feliz, de ter o que sempre quis – falando sobre relacionamentos.
Não acreditava que podia ser merecedor de amor. E isso bloqueava as tentativas do Universo – ou o nome que quiserem dar - de atender os meus desejos da alma e do coração.

Então, se eu posso lhes dar um conselho, seria este: Quebrem este acordo! Quebre essa promessa.
Mantenham seus sonhos e desejos vivos e trabalhem para realizá-los. Não desperdicem tempo e energia com coisas fúteis, Não ignorem as oportunidades e bênçãos. Deixem que o Universo conspire a favor de vocês.

Não se castiguem. Coisas ruins podem acontecer a vocês, e aconteceram, mas não sejam responsáveis diretos por isso. Entendam que essas coisas são necessárias para o nosso crescimento ou para pagar uma dívida, por causa de algum erro que cometemos, mas nunca se julguem responsáveis por tudo de ruim que acontece ou que possa acontecer.

E lembrem-se de uma frase de um escritor famoso (adorado por mim e odiado por muitos):


 “Toda bênção que não é aceita se transforma em maldição.”



Fiquem bem!








S. Paulo, 17, uma segunda-feira fria de Julho de 2012.

A Segunda Morte



Ia morrer pela segunda vez e o fato aterrorizava-o mais do que da primeira. Na primeira tinha tido uma morte suave, boa e calma, quase que a saboreara com gosto. Despedira-se de todos e partira sem qualquer remorso de cá ter estado. Desta vez era diferente. Tudo lhe parecia novo e difícil de encarar. Não que não tivesse gostado de ter morrido, mas certa nostalgia já o estava invadindo. Tinha morrido num dia bonito, de sol alegre e calor abundante. Ainda se lembrava de como suava naquele horrível colarinho apertado.

Quando chegou lá tentou encarar as coisas com naturalidade… Encontrou amigos, conhecidos, pessoas que não via há muito tempo e pessoas que francamente esperava nunca mais ver. Os primeiros dias foram entediantes – aborrecidos -, sem nada para fazer, sem conseguir conversar com ninguém, sem fome, sem sede, sem calor... sem nada. Era como se estivesse vivo, mas um vivo muito doente, quase um vivo morto, e se pegou pensando que era melhor continuar vivo do que permanecer morto daquela forma.

Agora que ia morrer novamente estava assustado. Não sabia como seria novamente recebido, se o mesmo tédio o assolaria, se encarariam bem o seu regresso, se não o considerariam um traidor às leis da vida. Não sabia bem quando seria a partida, mas iria preparar bem as coisas. Passaria pelo cemitério e iria arejar o local onde supostamente deveria estar. Tiraria aquela jarra azul que não lhe dizia nada. Arrumaria devidamente as rosas vermelhas que o vento costumava espalhar, daria uma limpeza geral. Endireitaria as fotografias, iria retirar algumas que o favoreciam menos. Tantas recordações de quando era vivo...! E agora ali prestes a estar morto de novo. Inconformado resolveu caminhar um pouco, sentia-se sonolento. O ar fresco do entardecer o fez bem, irrigou-lhe o cérebro de saudades e lembranças, os músculos atrofiados distenderam-se. Sorriu, sentou-se e esperou por eles, sabia que viriam em breve.

De repente ouviu-os aproximarem-se. Soube então que estava morto que continuava morto e bem morto e despediu-se de si próprio enquanto se elevava nos ares.

Nunca mais se veriam…





S. Paulo, 11, uma quarta-feira de Julho de 2012.

Vá Com Calma!




Ir com calma? O que é isso?



Existe coisa mais chata do que se apaixonar por alguém e a outra pessoa dizer pra você que o melhor é “ir com calma”? Nessa hora, você tem vontade de gritar: “Com calma? Como assim? Eu já mergulhei de cabeça!”, mas, é claro, você não o faz!


É claro que, ao pensar racionalmente, você nota que é uma ideia inteligente, afinal, quem precisa se jogar num relacionamento que não sabe se vai dar certo? Mas ainda assim não é algo fácil de fazer, já que sentimentos não podem ser controlados, não é mesmo?!

Pensando em todas essas complicações, vamos tentar entender o que passa na cabeça de quem quer ir com calma num relacionamento que acaba de começar. São algumas hipóteses que te farão entender melhor o outro lado da história e juntando x com y, você descobre qual é o seu caso!


Medo de se machucar


Quem é que nunca sentiu medo ao entrar num relacionamento e não ter certeza se daria certo ou se era apenas mais uma armadilha para o sofrimento? Todo mundo tem medo de se machucar, de sofrer e de ter as expectativas destruídas.

Por causa desse medo, algumas pessoas tendem a abraçar o lado racional das coisas – tentam frear os impulsos – e manter as coisas nos eixos, planejando cada passo a ser dado no relacionamento. Isso não quer dizer que a pessoa não gosta de você, apenas prova que ela é mais pé no chão.


Fugindo de compromisso


Vocês ficam, mas os amigos não são apresentados. Conhecer a casa, nem pensar. Se bobear, nem o endereço de onde o outro mora você tem. E ainda tem que ouvir que é bom dessa maneira, porque vocês vão com calma, sem dar passo maior que a perna.

Na verdade, isso é um sinal muito chamativo de fuga de compromisso crônica – um nome que acabei de criar – ,ou seja, uma daquelas pessoas que enrola o quanto pode antes de oficializar o que vocês têm, isto é, se você bobear, nunca vai ter nada sério, apenas vai continuar “indo com calma”.


Não está apaixonado


Essa é a pior conclusão que você pode chegar quando está entrando num relacionamento. A pessoa quer ir com calma e contar os passos, porque não tem certeza do que sente por ti. Só que é melhor descobrir isso o quanto antes, não é?


Eu tenho mais teorias, mas acho melhor acabar o texto assim...



Esse texto tem endereço certo:  é para quem me pede para “ir com calma”.





P.S.

Prefiro escutar o sábio conselho de Humberto Gessinger:


“A medida de amar é amar sem medida... Velocidade máxima permitida...”






S. Paulo, 10, uma terça-feira de Julho de 2012.

Dos Caminhos D'Alma



Minh'alma queima
o asfalto - marcando os caminhos
por onde vaguei.
O que sobrou foi meu estandarte:
era escarlate.
Uma Ode ao Dom Supremo.
E sobrou...
E foi pouco...







S. Paulo, 3, uma terça-feira de Julho de 2012.