O Coelho




Pode ser só uma lenda, mas eu juro que eu vi um coelho desenhado na lua. Logo eu, que sou cego feito um morcego quando a noite chega. Logo eu, vi um coelho desenhado lá. Esfreguei os olhos, e de repente eu não conseguia parar de vê-lo mais. Toda época de lua cheia, o coelho estava lá. Uma vez li em algum lugar que se você vê um coelho, significa que está apaixonado, mas se você vê um dragão, representa dinheiro. Esta deve ser a terceira, ou quarta, lua cheia desde que me lembrei do que havia lido há tempos atrás, e pela terceira, ou quarta, vez eu continuo vendo o tal coelho. O que me leva a ter fé nessas coisas, é o simples motivo de que eu acreditava que a lua cheia me deixava triste, não importava as minhas aventuras idiotas ao longo da vida, a lua não passava de um sinônimo de tristeza para os meus olhos e meu coração, e agora tem um coelho lá! Logo eu, que quase morri! 
Estou apaixonado. Tive medo de não enxergar o coelho, não porque tinha dúvidas sobre o quão apaixonado eu estou, mas porque acreditava que meu coração estava aposentado, que finalmente havia se cansado dos sofrimentos. Logo eu, que estava me preparando para encarar e enfrentar 100 anos de solidão (sem querer plagiar Gabriel García Marques). E naquele momento pensei na minha bem-amada, pensei no teu nome escrito em roxo e lilás, cantei músicas de amor e parecia ouvir tua voz e ver teu rosto com aquele sorriso lindo que me embriaga e faz meu coração bater mais forte. Como é possível que uma única pessoa consiga te fazer ver coisas que os seus olhos não permitiriam e te faça sentir coisas que você jamais imaginou ser possível? E é mais do que estar apaixonado, eu a amo. Não há formas de não querer falar sobre esse amor que sinto, pois não cabe em mim, transborda em mim. Enlouqueci de amor. Enlouqueci porque não importa o que eu faça - ou onde eu esteja - você se faz presente. Tem mais de ti em mim do que de mim mesmo. Enlouqueci porque quando imagino um mundo sem você, tudo me parece absolutamente sem cor, sem vida, sem graça, sem sal nem açúcar; porque transbordo de saudade se fico apenas alguns segundos sem falar contigo. Eu vi um coelho na lua. Vi seu nome. Vi suas cores. Cantei músicas de amor para a lua. Escutei sua voz vinda de lugar nenhum. Vi teu rosto com aquele sorriso lindo que amo contemplar...
Agora eu preciso que você me escute dizendo: Eu te amo!



S. Paulo, 10, uma quarta-feira de Outubro de 2012.

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