Quando um homem te ama

 

 

 

Um homem, quando ama de verdade, vai querer dizer isso todos os dias e vai tentar demonstrar seu amor além das palavras. Nunca irá ameaçar te deixar, terá medo de te perder.

Um homem, quando ama de verdade, não critica suas roupas e nem seus gostos peculiares. Gasta e repõe, diariamente, seu estoque de elogios sinceros e, ainda, repara no seu novo corte de cabelo, mesmo que tenha sido apenas dois dedos. Ele vai sentir uma saudade absurda. Vai te mandar uma enxurrada de torpedos bobos, porém, românticos. Vai postar músicas românticas com recadinhos quase subliminares que só você será capaz de perceber. Vai querer recuperar toda a semana massiva de trabalho para ficar o final de semana ao teu lado. Ele vai respeitar a sua TPM e te oferecer colo quando quiser chorar e vai te dar motivos para sorrir e te tirar para dançar, mesmo que ele não saiba.

Quando um homem ama de verdade, ele não mente, não inventa histórias para se livrar de uma encrenca. Às vezes, nem consegue esconder uma surpresa, pois o mais importante, é ganhar em troca um sorriso. Ele vai trocar, sem hesitar, uma tarde no bar com os amigos por um passeio romântico no parque. Vai ter paciência de te esperar se arrumar para sair numa noite de sábado e nunca vai te deixar esperando por muito tempo. E nunca vai te abandonar em suas folgas, mesmo que estejam brigados. Você sempre terá a certeza de que é prioridade na vida dele.

Quando um homem ama de verdade, ele não trai e não engana. Ele vai ouvir suas palavras atentamente e nunca sentirá vergonha de dizer bem alto, na frente dos amigos ou de quem quer que seja, que te ama mais que tudo no mundo. Sempre fará questão de andar de mãos dadas e não as soltará por nada. Sempre vai te levar onde for e se não for possível você acompanhá-lo, ele vai optar por estar com você. Inevitavelmente vai fazer planos para o futuro, vai querer colocar uma aliança no seu dedo seguida de juras intermináveis de amor e longos beijos apaixonados. Ele não vai querer que mude por nada, te aceitará exatamente do jeitinho que você é e sempre te lembrará que foi por essa mulher por quem ele se apaixonou perdidamente.

Um homem, quando ama de verdade, não será, necessariamente, tudo isso, mesmo porque o único “príncipe encantado” que existiu se casou com a Cinderela, e ambos nem eram de carne e osso. Mas quando ele te disser “eu te amo”, será verdadeiro e intenso e nunca pedirá nada em troca, seu amor lhe será entregue sem condição alguma, totalmente de forma gratuita. Mas procure não misturar as coisas, pois um homem, quando ama de verdade, não precisa viver em função da mulher que ama a vida toda, mas vai te respeitar como uma verdadeira mulher. Simplesmente como a “mulher da sua vida”.

 

 

 

S. Paulo, 26, uma quarta-feira de Setembro de 2012.

Ser um cronista




O que é ser um cronista?

É enxergar o potencial de um fato corriqueiro de ser único ao mesmo tempo que ocorre repetidamente e transpô-lo ao papel. Mas principalmente, é aproximar a linha entre o jornalismo e a literatura.

Um cronista é um escritor que relata o que todos nós pensamos, mas que muitas vezes não nos damos conta, talvez por não pararmos para refletir sobre o que a todo tempo se passa. Outras vezes escrevem sobre o que nos frustra, revolta ou entristece.

Entretanto, só há uma coisa que o cronista não faz que é distanciar-se do seu tempo e seu é o agora.

Crônica é colo de namorada, é ser abraçado por quem te ama. É como encontrar aquilo que lhe fazia falta e que volta como uma música preferida.
É perceber que existem pessoas que passam pelas mesmas coisas. 
É como lembrar das conversas que tinha com seus velhos amigos até altas horas na praça, rindo de qualquer coisa, como se aquilo fosse felicidade, como se fosse a melhor coisa do mundo.
É como cerveja gelada no verão. Como um domingo chuvoso, que você acorda de ressaca só para ter a certeza de que ainda pode dormir mais.
Um cronista precisa ler mentes, precisa ler corações.
Precisa descobrir o que as pessoas sonham, temem, o que as fazem rir, chorar, se emocionar, se apaixonarem. Precisa fazer com que o leitor acredite que foi copiado naquela crônica que dizia que a mulher durona, sem coração, é na realidade uma menininha meiga, que sonha, que quer ser tratada com rosas e beijos incandescentes e se apaixonar perdida e loucamente.

Mas para ser um cronista precisa mesmo é ser humano. Juntar um pouquinho de loucura na mistura e convencer seu leitor de que tudo é possível. Inclusive ser feliz.

E mesmo eu não sendo um cronista de mão cheia e tendo textos medíocres, mesmo sabendo que a crônica é pouco reconhecida e considerada de menor valor literário, decidi me publicar.

Porque, caro único leitor amigo, se ninguém me publica, eu me publico.






São Paulo, 21, uma sexta-feira nublada de Setembro de 2012.