Escrevendo Uma Crônica - Parte IV

Sábado à Noite


Não existe um dia na semana que me deixa mais perdido que filho da puta em Dia dos Pais do que um sábado, principalmente à noite. Todo mundo quer se dar bem. Muitos vão para lugares de "pegação" onde ficam feitos lobos correndo atrás de cordeiros e alguns preferem já sair acompanhados para lugares com casais por todos os lados. Ambos os lugares não são para mim, pois é desastroso beber sozinho em qualquer um destes lugares. Decido ir ao bar da esquina (antes isso que ficar aqui em frente ao computador).


Chego ao bar e me deparo com meia dúzia de senhores e dois deles estão espancando suas violas e destruindo impetuosamente algumas canções de Tião Carreiro e Pardinho. De repente me lembrei de uma frase que um conhecido meu dizia:

"Aí eu canto, bebo e choro!"


E foi exatamente o que eu fiz [risos].


Faço algumas anotações no caderninho, em vão, pois sei que não vou fazer ideia do que aquilo significa no dia seguinte.
Já são quase 3 horas da madrugada e nada da gata, que nem se deu ao trabalho de me mandar uma mensagem sequer, muito menos responder as 32 mensagens que eu enviei durante o dia todo. Tento me focar nas anotações que acabei de fazer, mas meu grau alcoólico já não me permite realizar tal milagre. Penso, pela milésima vez, que a desgraçada deve estar embaixo de algum teto de espelhos ou fazendo algo melhor do que estar em minha companhia.


"Caralho, isso já dá uma crônica!" - grito alto no bar e todos olham para mim e eu tento achar um buraco no chão para me enterrar e nunca mais sair de lá [risos].


 Toca o sino. Hora de voltar para casa, me inspirei em minha própria desgraça.
Volto para casa e não sei se fui tele-transportado ou se fui abduzido e, depois, devolvido em casa... Só sei que eu estava no bar, me levantei (batendo na mesa e pedindo para fechar a minha conta e a de todo mundo que lá estava - risos) e meu mundo começou a girar... Depois disso eu já estava em frente ao computador.
Liguei o computador (e Deus queira que aquilo não é a torradeira, de novo) para tentar escrever alguma coisa e antes mesmo de abrir o Word o meu mundo começa o seu movimento de rotação inverso em torno de seu próprio eixo e só deu tempo de tirar os tênis e deixar que a gravidade fizesse o seu trabalho. Em outras palavras: Apaguei!




(Continua...)

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