Ser um cronista




O que é ser um cronista?

É enxergar o potencial de um fato corriqueiro de ser único ao mesmo tempo que ocorre repetidamente e transpô-lo ao papel. Mas principalmente, é aproximar a linha entre o jornalismo e a literatura.

Um cronista é um escritor que relata o que todos nós pensamos, mas que muitas vezes não nos damos conta, talvez por não pararmos para refletir sobre o que a todo tempo se passa. Outras vezes escrevem sobre o que nos frustra, revolta ou entristece.

Entretanto, só há uma coisa que o cronista não faz que é distanciar-se do seu tempo e seu é o agora.

Crônica é colo de namorada, é ser abraçado por quem te ama. É como encontrar aquilo que lhe fazia falta e que volta como uma música preferida.
É perceber que existem pessoas que passam pelas mesmas coisas. 
É como lembrar das conversas que tinha com seus velhos amigos até altas horas na praça, rindo de qualquer coisa, como se aquilo fosse felicidade, como se fosse a melhor coisa do mundo.
É como cerveja gelada no verão. Como um domingo chuvoso, que você acorda de ressaca só para ter a certeza de que ainda pode dormir mais.
Um cronista precisa ler mentes, precisa ler corações.
Precisa descobrir o que as pessoas sonham, temem, o que as fazem rir, chorar, se emocionar, se apaixonarem. Precisa fazer com que o leitor acredite que foi copiado naquela crônica que dizia que a mulher durona, sem coração, é na realidade uma menininha meiga, que sonha, que quer ser tratada com rosas e beijos incandescentes e se apaixonar perdida e loucamente.

Mas para ser um cronista precisa mesmo é ser humano. Juntar um pouquinho de loucura na mistura e convencer seu leitor de que tudo é possível. Inclusive ser feliz.

E mesmo eu não sendo um cronista de mão cheia e tendo textos medíocres, mesmo sabendo que a crônica é pouco reconhecida e considerada de menor valor literário, decidi me publicar.

Porque, caro único leitor amigo, se ninguém me publica, eu me publico.






São Paulo, 21, uma sexta-feira nublada de Setembro de 2012.

6 comentários:

Anônimo disse...

Se para ser um cronista precisa-se ser um "Ser Humano", então me publico também como uma pessoa com uma imensa necessidade de amor e reconhecimento, coisa que eu nunca tive na vida. É como o sono que nos regenera. Uma pessoa que precisa de contatos humanos, de amor e cumplicidade por parte das pessoas. Uma pessoa que não tem um coração ruim, ou não é uma pessoa "lobo" na pele de um "cordeiro". Somente sou uma pessoa de várias emoções, emoções que às vezes à prejudica própriamente e à outras pessoas, mas não por maldade. Pois como você citou no texto que uma mulher durona e sem coração, só precisa ser amada e amar loucamente.

vinicius bento disse...

Querido(a) leitor(a) anônimo(a),

Amar uma mulher e fazê-la ter certeza de que é amada é simples. O difícil é esta tal mulher aceitar o amor. Vejo tantos casos de homens que tratam as mulheres como objetos do seu bel prazer que quando me aproximo e oferto meu coração como único bem de valor que tenho, sou taxado de "bom demais pra ser verdade", mas isso fica para o próximo texto.

No mais, agradeço pelo comentário.


Fique bem!


Vinícius Bento.

Anônimo disse...

Mas será que essa mulher já não aceitou o amor?? Que na realidade, no fundo exista um medo do passado, que bloqueia de alguma forma esse amor intenso que ela supostamente tem e ao mesmo tempo explode esse medo maior de sofrer, de ser rejeitada em algum momento, e de ser abandonada.
O fato de ter tido "pessoas" que, supostamente diziam que a amava, e a magoaram muito cria associações negativas ao amor verdadeiro.
Abraços. Amigo.

vinicius bento disse...

Se ela aceitou o amor, só deve, agora, livrar-se dos paradigmas. Eu, por minha vez, já tive o desprazer de sofrer na mão de algumas mulheres, mas nem por isso criei o paradigma de que "todas as mulheres são iguais e sempre sofrerei".
Digamos que eu sou um crédulo. Acredito no amor. E essa crença me basta!



Abraços, querido(a) único(a) leitor(a) amigo(a).

Anônimo disse...

Era quase 18h do dia 8 de fevereiro e chovia bastante, quando estacionei o veiculo e abri o guarda-chuva para ir até o banco eletrônico fazer alguns depósitos, me deparei com uma cena e não pude deixar de registrar. Para que a pessoa não percebesse, discretamente registrei com uma foto do celular para materializar a imagem e poder analisar posteriormente o episodio. O que vejo é uma pessoa com um guarda-chuva entrelaçado pelos braços para não cair, com as duas mãos livres para segurar um saco plástico cheio de gasolina, com a chave do veiculo segurando na boca, abastecendo o veiculo taxi numa rua movimentada de Curitiba. O que pude entender é que faltou combustível, e daí? – quais as consequências da situação aparentemente inofensiva, que acontecem no nosso dia a dia e muitas vezes passam despercebidas. Primeiramente deveria ser proibida a venda combustível em sacos plásticos, somente abastecido diretamente nos veículos, isso evitaria favorecer os elementos que incendeiam ônibus, ateiam fogo em locais de interesses escusos e até quem consume etanol nas ruas. Outra coisa seria a fiscalização rigorosa para quem tiver qualquer problema com veiculo no trânsito devido à falta comprovada de manutenção do veiculo, inclusive com apreensão do veiculo com prazo de pagamento das taxas para liberação e que o mesmo siga para desmanche sob a responsabilidade das montadoras se não apresentado condições do veiculo circular pelas vias publicas. Evitaríamos muitas mortes causadas pelo descaso de quem usa estes veículos, podemos constatar estes fatos diariamente nos noticiários de radio, televisão e internet. A quem devemos recorrer e cobrar leis mais rigorosas e exigir que sejam cumpridas? Precisamos primeiro tomar conhecimento destes fatos e não deixar pensar que é somente é um “filho de Deus” ficou desprotegido e ficou sem combustível.

Anônimo disse...

Primeiramente "olá".
"segundamente", gostei de teu escrito. e "terceiramente",
talvez esta tal mulher, posso eu compará-la à uma pérola negra, de uma concha que ainda nao foi a berta. uma concha de um profundo mar.
Mar este que poucos ou quase nenhum ou até pessoa alguma se arriscou a mergulhar.
Sendo assim, esta mulher, aparentemente durona, ainda está fechada, escondendo sua pérola.
Encontrá-la-há quem se arriscar e quer tiver coragem ou ousadia o suficiente para poder abrir este conteúdo demasiado precioso que está ali só esperando para ser descoberto pela pessoa certa. a pessoa que terá capacidade o suficiente para poder cuidar com zelo deste tesouro de inestimável e incalculável valor... (E.A)